Com base no atual crescimento do mercado de veículos elétricos no Brasil, a previsão é de que até 2040, os veículos elétricos irão representar 20% de toda a frota nacional, segundo a McKinsey, que divulgou o resultado desse estudo na C-Move Sul.
A mesma pesquisa aponta que a comparação do TCO (Custo Total de Propriedade) deve ser um fator decisivo para a transição energética. Para veículos de segmento médio, o TCO de um carro elétrico já é menor do que de um veículo à combustão, para casos de uso intenso (mais de 150 km/dia). Até 2030, ele será inferior também para veículos comerciais e de uso pessoal, com menos quilometragem diária.
O estudo acompanha os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que apontam o crescimento do mercado ano após ano. No ano de 2022, foram emplacados 49,3 mil automóveis e comerciais leves elétricos e híbridos, esse número é 41% maior do que em 2021. O número é expressivo por representar cerca de 37% da atual frota nacional de eletrificados, estimada em torno de 135 mil automóveis comerciais e leves.
Em 2023, o movimento de alta se mantém, tanto que, até abril, os emplacamentos de autos e leves no Brasil acumulam evolução de quase 51%, número acima da alta prevista no mercado mundial, que deve crescer 35% em 2023.
O segmento de micromobilidade elétrica e transporte público elétrico também devem desempenhar um papel importante nas cidades brasileiras. Em São Paulo, até 2024, 2,6 mil ônibus elétricos farão parte da frota de transporte público municipal. Na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, ônibus elétricos irão interligar 11 municípios e os deslocamentos serão integrados com sistemas de micromobilidade (patinetes, bicicletas e afins).
Infraestrutura de recarga e energia
A área de recarga no país demandará mais investimentos para acompanhar todo esse crescimento nas vendas de veículos elétricos, segundo o IEA (Agência de Energia Internacional).
Mesmo com a frota ainda tímida, o Brasil tem um dos maiores índices de veículos elétricos por carregadores públicos (pouco mais de 30 veículos por carregador) e a velocidade média de carregamento também é baixa (menos de 1kW por veículo). A média mundial é de cerca de 10 veículos por carregador público e mais de 2kW por veículo.
A geração de energia, no entanto, não deve ser um problema. Conforme o estudo, elaborado pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em parceria com o BCG – Boston Consulting Group, a demanda de energia para abastecer os veículos elétricos em 2035, quando, em tese, a venda de eletrificados responderia por 62% dos emplacamentos anuais, seria de apenas 1,5% da energia elétrica consumida no Brasil em 2019.
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